quinta-feira, 30 de julho de 2009

É mais fácil falar com Obama do que com Messi - reacção do seleccionador da Argentina, Maradona, que fala das diferenças entre jogar e treinar

DIEGO Armando Maradona, o seleccionador da Argentina, confirmou recentemente que não vai abandonar o cargo para rumar à Premier League, via Portsmouth, reassumindo o compromisso que mantém com a Federação Argentina até 2011.

DIEGO Armando Maradona, o seleccionador da Argentina
Aquele que é por muitos considerado como o melhor futebolista de sempre, voltou a conceder uma entrevista onde abordou vários temas. A sua passagem a treinador e a ascensão de Leonel Messi à figura mundial foram os temas em destaque, numa conversa que manteve com o diário argentino “Olé.”

Sobre a sua chegada ao comando da “alvi-celeste”, Maradona sublinhou as dificuldades e exigências deste cargo e, divertido, exemplificou: "Era mais fácil ser jogador porque só pensava em agarrar na bola e divertir-me. Agora tenho de comandar vinte e tal atletas. Ainda num dia destes, estamos no treino e há um livre para ser batido pelo Messi. Eu estava lá perto e vejo o Messi atirar contra a barreira. A bola sobra para o meu pé esquerdo, estava mesmo a jeito, e eu deserto para a rematar, mas aparece-me outro jogador e fica com ela. É nestas situações que me dou conta das diferenças."

"É mais fácil falar com Obama do que com Messi", revelou Maradona a propósito da relação à distância que mantém com o jogador do Barcelona, prosseguindo: "É encantador trabalhar com Messi. É um prazer que torna tudo fácil. Traz a bola colada ao pé, como se fizesse parte do seu corpo, como ainda não vi ninguém fazer e olhem que já vi jogar muitos jogadores como Van Basten, Careca e Houseman, por exemplo. Mas ninguém é como Messi. Ele é o meu Maradona e não há nenhum jogador mais importante que ele."

Quanto ao que pode transmitir aos seus seleccionados, o treinador considera que a sua experiência pode ser importante: "Sei que o melhor que lhes posso dar é toda a minha experiência e é nisso que baseio o meu trabalho. As experiências que me correram bem, mas também aquelas que correram mal. Sempre encarando os jogadores de sempre porque assim me ensinaram Menotti, Bilardo, às vezes Basile e Miguel Angel López."

Maradona não deixou o seu passado conturbado em branco: "Dava as duas pernas para voltar atrás e ver crescer as minhas filhas. É muito difícil ser Maradona mas, ao mesmo tempo é lindo sê-lo, apesar de todas as adversidades. E a culpa não foi dos meus “velhos” porque não foram eles que ensinaram a tomar drogas. Fi-lo porque fui estúpido, pensava que era o Hércules mas não passava de um idiota."

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