terça-feira, 14 de julho de 2009

MUNDIAL DE HÓQUEI EM PATINS ESPANHA 2009 - Exibição de luxo para despedida em grande

A SELECÇÃO Nacional de Hóquei em Patins teve uma despedida em grande da 39ª edição do Campeonato do Mundo de Vigo/Pontevedra, ao golear sábado a Colômbia, por 4-1, garantido assim a 11ª posição.

A SELECÇÃO Nacional de Hóquei em Patins teve uma despedida em grande da 39ª edição do Campeonato do Mundo de Vigo/Pontevedra
A vitória da equipa nacional foi toda ela construída na primeira parte, visto que os golos surgiram na primeira parte. José Soares, Kiko, Bruno Adrião e Maninho foram os autores dos tentos que proporcionaram a Moçambique uma despedida em grande, a imagem daquela equipa determinada que se viu nos jogos diante da Angola e a Holanda. Aliás, na primeira fase, a turma nacional havia empatado com a formação colombiana a zero bola, numa partida em que merecia ganhar.

No derradeiro jogo, para decidir o 11º lugar, o combinado nacional deixou vincada a sua hegemonia perante uma Colômbia que não teve pernas para acompanhar o ritmo da equipa nacional que mesmo tendo baixado o nível exibicional na etapa complementar, período em que não chegou a marcar golos, mereceu ganhar com toda a justiça.

Foi pena mesmo o décimo primeiro lugar ter um sabor amargo para uma selecção que sonhava em transitar para os quartos-de-final e que acaba no final por se conformar com a manutenção, depois de ter falhado também a nona posição, um objectivo válido que se propunha nos grupos de selecções que ficaram pelo caminho na primeira fase.

Aliás, antes do desafio de ontem era visível na faz que e dos jogadores moçambicanos estavam muito descontraídos, afinal o objectivo: manutenção entre as 16 melhores selecções do mundo, foi cumprido. Talvez por isso tivessem realizado uma das exibições mais bem conseguidas entre os seis jogos efectuados, a saber: Espanha (0-7), Angola (2-2), Colômbia (0-0), na fase de grupos, Holanda (3-0), Alemanha (2-7) e Colômbia (4-1).

No cômputo geral, Moçambique teve uma prestação aceitável, se se atender que em seis jogos perdeu apenas dois. Um nota a realçar é que esteve igual em número de vitórias, derrotas e empates, dois cada.

MOÇAMBIQUE, 4 - COLÓMBIA, 1: HOUVE PATRIOTISMO!

Maninho uns dos que brilhou em Pretória
FOI um prazer ver a Selecção Nacional de Hóquei em Patins jogar na tarde de sábado no Pavilhão Municipal de Pontevedra diante da Colômbia. Para satisfação do povo moçambicano, a equipa nacional apareceu para o jogo com a formação sul-americana completamente determinada.

Houve realmente patriotismo porque defenderam as cores nacionais com “unhas e dentes” e suaram a camisola até à soar a apitadela final. Desde muito cedo percebeu-se que a equipa moçambicana estava decidida a limpar a má imagem deixada frente aos alemães pela forma fugaz e enérgica como entrou no jogo.

Aos 52 segundos Paulo Pereira causou o primeiro sinal de perigo junto à baliza contrária. O mesmo, minutos depois, desferiu uma portentosa “stickada”, mas valeu na ocasião a atenção de Juan Nieto, guarda-redes da Colômbia. Mas foi do “stick” de José Soares que saiu o tiro que abriu o marcador. Uma vantagem já merecida por aquilo que o combinado nacional havia feito até então. Estavam decorridos sete minutos e a alegria tomava conta de todo o grupo.

Galvanizado pelo golo, Moçambique cresceu ainda mais na partida e poderia segundos depois ter ampliado o “score” por Kiko. Mas antes disso Paulo Pereira teve a oportunidade de avolumar a vantagem na sequência de um penalte, mas fê-lo sem convicção e o “keeper” colombiano agradeceu.

KIKO ENDIABRADO

A aposta de José Barberá, seleccionador nacional, em substituir Bruno Pimentel por Kiko, pode-se considerar certa, visto que justificou na plenitude a confiança que lhe foi dada.

Kiko já havia dado mostras frente à Holanda que merecia jogar de início, até porque o capitão Bruno Pimentel contraiu uma lesão contra Angola, obrigando-o a jogar de forma condicionada os restantes jogos.

No embate de ontem Kiko “abriu o livro” e realizou uma exibição cinco estrelas e esteve envolvido nos dois primeiros golos. No primeiro foi ele que efectuou a jogada que proporcionou o golo a José Soares. Depois foi ele que iniciou e concluiu a jogada do segundo golo. Kiko arrancou pelo meio e disparou forte e certeiro. Mas, mais do que marcar, Kiko jogou e fez jogar, esteve bem tanto a atacar com a defender.

EXPULSÃO DE SOARES

Três minutos após o golo a equipa nacional debateu-se com uma contrariedade: a expulsão de José Soares, que por ter alegadamente agredido um adversário viu o cartão azul, o que obriga a ficar cinco minutos de fora.

O certo, porém, é que José Soares considera-se ter sido injustiçado e já no banco assiste Paulo Pereira a ser agredido.

Enervado com a situação, este jogador insurgiu-se contra o árbitro e acabou vendo cartão vermelho aos 15 minutos. Uma baixa que felizmente não acabou comprometendo o triunfo da equipa moçambicana, visto que segundos depois Bruno Adrião, na transformação de um livre directo da linha dos sete metros, fez o 3-0, o terceiro na sua conta pessoal na competição.

ARNALDO BRILHA

Numa etapa inicial de luxo, Arnaldo Queiroz, que foi a grande surpresa no cinco inicial ao substituir na baliza Nuno Adrião, realizou uma exibição que tão cedo não se esquecerá. Esteve numa tarde super-inspirada e defendeu quase tudo que havia para defender. Foi vezes sem conta aplaudido. Foi pena ter sofrido aquele golo apontado por Raul Raigosa a três minutos do final, quando o marcador assinalava 4-1 a favor de Moçambique. Maninho foi o autor do quatro golo da equipa moçambicana ainda na primeira parte.

FICHA TÉCNICA: ÁRBITROS: Carsten Niestroy (Alemanha) e Francisco Garcia (Espanha)

MOÇAMBIQUE: Arnaldo Queiróz; Bruno Adrião, Kiko, Paulo Pereira e José Soares.

COLÓMBIA: Nieto; Javier Mera, Diego Ochoa, Javier Mora e Néstor Ramirez

FASE DE GRUPOS MAIS REGULAR DE SEMPRE


APESAR de não ter conseguido atingir a sua melhor classificação de sempre, o oitavo lugar alcançado no Campeonato do Mundo de San Juan em 2001, na Argentina, onde logrou chegar aos quartos-de-final sem ter alcançado a nona posição do “Mundial” de Montreux 2007 a equipa moçambicana de hóquei em patins acabou fazendo história na fase de grupos, visto que das três partidas realizadas perdeu uma e frente à bicampeã do mundo, a Espanha, e empatou duas frente a Angola e Colômbia. Um feito que ainda não tinha sido alcançado desde a estreia no México em 1978.

Em San Juan, Moçambique defrontou apenas duas equipas na fase de grupos, já que à última hora a Nova Zelândia disistiu. Nesse campeonato do mundo de há oito anos o combinado nacional cometeu a proeza de ganhar a Suíça, triunfo que lhe valeu a passagem aos “quartos”. Mas em mundiais em que estarão envolvidas quatro equipas o máximo que o Moçambique conseguiu foi empatar um jogo e perder os restantes.

MELHOR MARCADOR REPARTIDO A TRÊS

DESTA vez não coube a Paulo Pereira, o “artilheiro” da Selecção Nacional, destacar-se na lista dos melhores marcadores, como tinha acontecido nos três mundiais anteriores em que participou, designadamente Oliveira de Azémeis (Portugal), em 2003, Montivideu (Uruguai), 2006, e Montreux (Suíça), 2007. Paulo Pereira não esteve com a pontaria tão afinada e apontou três golos, mesmo número que José Soares e Bruno Adrião.

À entrada para último jogo Paulo Pereira liderava a lista dos melhores com três golos, mas ficou em branco e foi alcançado pelos referidos dois companheiros de equipa.

Os irmãos Esculudes, Kiko e Maninho fizeram um golo cada, obtidos curiosamente no desafio de sábado diante da Colômbia.

ORGANIZAÇÃO DO MUNDIAL 2011: MUITA EMOÇÃO NA PASSAGEM DO TESTEMUNHO


LOGO após a final seguiu-se um momento que ficará para sempre na História. O nome de Moçambique esteve no centro das atenções das cerca de quatro mil pessoas que abarrotavam o pavilhão de Vigo. Era o momento há muito esperado, sobretudo pelos moçambicanos, pois o país entra para a gala dos organizadores do “mundial” do hóquei em patins. E o testemunho foi entregue ao Ministro do Turismo e da Juventude e Desportos, Fernando Sumbana Jr., que recebeu, como sinal de transmissão dessa responsabilidade, a bandeira do Comité Internacional de Hóquei em Patins (CIRH).

A cerimónia foi muito curta, não tendo contemplado qualquer discurso. Durou pouco menos de cinco minutos, mas que significaram momentos de muita emoção, sobretudo para os moçambicanos presentes (sobretudo os atletas) que se encontravam em Vigo.

Cândido Coelho exibe a oferta (I.Pascoal)
A anteceder a esta cerimónia procedeu-se à assinatura do contrato-programa do mundial entre o Governo e a federação moçambicanos, representados pelo ministro Sumbana Júnior e por Cândido Coelho, respectivamente, e o CIRH, por Harro Strusberg, seu presidente.

ESPANHA TRICAMPEÃ DO MUNDO

A ESPANHA sagrou-se na noite de sábado tricampeã do mundo, ao vencer na final a Argentina, por 3-1. Ao intervalo a selecção espanhola vencia por 1-0, com um golo de Jordi Bargalló.

Na segunda parte a Argentina ainda chegou ao empate, por Carlos Nicollia, aos oito minutos, mas a reacção dos espanhóis foi pronta e sete minutos depois chegou ao 2-1 com um golo de belo efeito apontado por Marc Gual. A equipa da casa, que acabou sendo a equipa mais eficaz, fez o golo da tranquilidade numa contra-ataque excelentemente concluído por Jordi Adroher a quatro minutos do fim.

EUA, HOLANDA E ANDORRA DESPROMOVIDOS

Estados Unidos, Holanda e Andorra foram despromovidos ao “Mundial” do Grupo B, ao ocuparem as três últimas posições do campeonato. A Holanda foi a última a ser condenada à descida ao segundo escalão ao perder com a Inglaterra, por 2-3. Já a Andorra, depois de uma primeira fase em que deixou uma boa imagem, apesar de não ter transitado para os quartos-de-final, acabou se quedando na última posição. Os EUA voltam a descer de divisão depois de no ano transacto terem subido ao grupo principal como campeõs do Grupo B.

RESULTADOS FINAL:

Espanha-Argentina (3-1)

3° e 4° CLASSIFICADO: Portugal-Brasil (8-3)

5° e 6°: França-Angola (3-2)

7° e 8°: Itália-Suíça (1-0)

9°e 10° Chile-Alemanha (3-2)

11° e 12° Moçambique-Colômbia (4-1)

13° e 14° Inglaterra-Holanda (3-2)

15° e 16°: EUA-Andorra (4-3)

Ivo Tavares, em Vigo

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