quinta-feira, 17 de junho de 2010

Federação de Patinagem vai recorrer da decisão do Comité Internacional




Maputo (Canalmoz) – Finalmente a Federação Internacional de Patinagem confirmou as evidências que durante largo tempo foram divulgadas na imprensa nacional e internacional, dando conta de que aquele organismo pretendia retirar a Moçambique a realização do campeonato mundial da modalidade, devido à falta de garantias das capacidade do país para o efeito.

A decisão da retirada do direito de acolher a mais importante prova de hóquei em patins foi comunicada à Federação Moçambicana da modalidade esta quarta-feira, por meio de uma carta enviada pela Federação Internacional que tutela a modalidade, conforme nos revelou o vice-presidente da FMP, Nicolau Manjate, que, no entanto, promete recorrer da decisão.

Na referida carta, a que o Canalmoz teve acesso, lê-se que o Comité Internacional de Hóquei em Patins decidiu cancelar o direito de a FMP organizar o 40.º Campeonato Mundial “A” de Hóquei em Patins 2011, na cidade de Maputo, Moçambique, devido à falta de cumprimento de contrato firmado entre a Federação Moçambicana de Patinagem, o Ministério da Juventude e Desportos de Moçambique, a Companhia Wallstreet e o Comité Internacional de Hóquei em Patins, assumido em Vigo, na Espanha, em Junho de 2009.

A mesma carta adianta que o motivo desta decisão foi a falta de garantias oficiais por parte do Governo moçambicano da anunciada remodelação dos campos, assim como também a falta de confirmação do que foi anunciado pelo presidente do comité organizador, a quem enviaram importantes comunicados com prazos de vencimento.

FMP contesta a decisão

Entretanto, a FMP, através do seu vice-presidente, Nicolau Manjate, diz que não concorda com a decisão tomada pelo comité internacional, alegando que Moçambique ainda está dentro dos prazos estabelecido pela Federação Internacional de Patinagem, para a realização dos mundiais.

Para a sua defesa, a FMP socorre-se do artigo 22.º, referente à organização dos mundiais da modalidade, que dá o prazo de até seis meses antes da realização da competição para que o país organizador possa apresentar a equipa e os campos em condições para a realização do “Mundial”.

Questionado se o país tinha dado alguns sinais visíveis com vista à organização da competição, Nicolau Manjate respondeu que se havia constituído uma comissão que já está a preparar a competição e já tinha um plano definido referente à preparação da equipa nacional.

Recurso

Nicolau Manjate disse que o nosso país está em condições de acolher o “Mundial” e, por isso, vai recorrer à Federação Internacional, curiosamente não com o objectivo de ver restituída a realização do “Mundial”, mas sim para se repor a verdade que, no seu entender, foi camuflada pelo organismo internacional.





A verdade

A realização da 40.ª edição do campeonato mundial de hóquei em Moçambique era vista pelo Governo moçambicano como uma oportunidade para o desenvolvimento da modalidade, mas, na verdade, as ideias nunca saíram do papel.

Volvido pouco mais de um ano em que o então ministro da Juventude e Desportos, Fernando Sumbana, esteve em Vigo, na Espanha, local onde confirmou e deu garantias de que Moçambique estava apto para acolher o campeonato mundial de hóquei, na prática até hoje não há evolução.

A FMP orgulha-se de ter constituído uma comissão que envolve quadros superiores do Ministério da Juventude e Desportos e ainda de ter escrito um plano de actividades para a selecção nacional e mais nada.

Deste modo, pode-se concluir que a FMP pouco ou nada fez para merecer a confiança do comité internacional da modalidade, razões que poderão ter pesado muito para a retirada do direito de acolher o “Mundial”, que era visto como uma das grandes oportunidades para promover o país desportivamente.

Agora, neste festival de fracassos – em que brilham as promessas falsas sobre o sucesso turístico com o “Mundial” de futebol – só resta saber o que será dos Jogos Africanos de 2011.

Egídio Plácido

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