quarta-feira, 23 de junho de 2010

Greve continua no Estádio Nacional


OS perto de 600 trabalhadores do Estádio Nacional apresentaram no dia 8 de Junho corrente um novo caderno reivindicativo com 17 pontos, dos quais se destaca a exigência do pagamento de uma gratificação de quatro salários mínimos de recompensa, alegando terem contribuído na edificação de um dos maiores empreendimentos do país.



Os trabalhadores insistem na paralisação depois de o empreiteiro e o sindicato, na presença da Inspecção-Geral do Trabalho, terem chegado a acordo para o levantamento da greve, com a promessa de uma gratificação em espécie (bens de consumo), para além de o empreiteiro empregar os actuais operários nas obras complementares que serão erguidas à volta do estádio, após a conclusão do projecto, prevista para o próximo mês de Agosto.

Os trabalhadores, que a 5 de Maio haviam apresentado um caderno reivindicativo com quatros pontos, exigindo gratificação monetária, aumento de vencimento em 20 porcento, equipamento de protecção e segurança e comprovativos salariais, recuaram depois de o empreiteiro ter manifestado indisponibilidade financeira para satisfazer os dois primeiros pontos, que, nos termos da lei, não constituem nenhuma obrigação.

Em relação aos restantes pontos reivindicativos, o empreiteiro assumiu a resposta imediatamente e, segundo o director-adjunto da obra, José Pereira, já está a cumprir com a promessa feita em relação ao equipamento e comprovativos salariais.

No entanto, o impasse prevalece quanto à gratificação e aumento salarial, pois, nos termos da lei, constituem matéria negocial, apesar de os trabalhadores terem, posteriormente, reduzido a proposta de aumento salarial para cinco porcento no novo caderno reivindicativo que, para além dos pontos anteriores, destaca a criação de um posto de primeiros socorros e subsídio de alimentação. Da negociação havida nos dias 18 e 21 de Junho o empreiteiro manifestou-se disponível a gratificar os trabalhadores em espécie (bens alimentares), a ser concedido no fim do projecto
.

De salientar que estas condições haviam sido acordadas pela comissão dos trabalhadores, que prometera o levantamento imediato da paralisação das actividades a partir da tarde do dia 18. Só que, comunicados os resultados das negociações, os trabalhadores recusaram-se redondamente a interromper a greve, exigindo gratificação em quatro salários mínimos.

Entretanto, segundo José Pereira, os trabalhadores têm estado a obedecer à paralisação num ambiente ordeiro, e o patronato garante, por seu turno, que, apesar da greve, a construção do Estádio Nacional – fase de acabamentos – não está comprometida e nem os seus prazos.

Sem comentários: