quarta-feira, 9 de junho de 2010

Mais uma greve no Estádio Nacional


OS trabalhadores moçambicanos afectos ao Estádio Nacional entraram ontem em mais uma greve exigindo o pagamento de uma gratificação, uma espécie de indemnização, com o aproximar do fim das obras, alegando falta de cumprimento, pelo patronato, de algumas exigências ao longo do contrato celebrado entre ambas as partes.



As obras terminam dentro de dois meses, informou fonte ligada ao Estádio Nacional, e os trabalhadores alegam que houve vários atropelos, entre os quais contratos indefinidos, falta de pagamento de horas extras, de assistência médica e medicamentosa e de material de protecção, para além de agressões físicas e pagamento de salários sem apresentação de recibos.

Os trabalhadores, o patronato e a representação do Governo junto à obra reuniram-se ontem para encontrar uma saída ao impasse. No encontro, participaram também a Inspecção-Geral do Trabalho, a representação do Sindicato da Construção Civil e entidades do bairro de Zimpeto, local onde está sendo erguido o Estádio Nacional.

Os trabalhadores alegam ainda que o empregador sempre se mostrou alheio ao cumprimento das suas obrigações, adiando sempre as promessas feitas ao longo dos dois anos que duram as obras.

O que reivindicamos são questões que vão desde o início das obras, em 2008, nomeadamente a ausência de categorias salariais. Todos os trabalhadores, desde o servente até ao mestre, recebem salário mínimo. O dinheiro das horas extras, que apenas recebemos aos sábados e domingos, não chega a significar nada porque quando se trata de um incidente ou doença, o empreiteiro dá apenas 15 meticais para o trabalhador ir ao hospital. Mas aqui na empresa existe um posto médico que apenas atende os trabalhadores chineses”, lamentou um dos membros da comissão sindical local, Salvador Alberto Manhiça, ajuntando que as horas extras são, às vezes, obrigatórias.

Os trabalhadores disseram ainda que o patronato lhes arrastou enganosamente a aceitarem contratos fictícios desde meados do ano passado para expulsá-los quando entendesse sem pagar nenhuma compensação.

“Desde 2008 que a empresa oferece contratos indefinidos, mas antes os contratos tinham prazos que partiam dos três meses a um ano”, disse Manhiça.

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