quarta-feira, 30 de junho de 2010

MUNDIAL-2010 - Gana carrega esperança africana



MUITO antes de começar a rolar a bola no Campeonato do Mundo África do Sul-2010 surgiam as inevitáveis questões: qual é o país que conquistaria o título? Espanha, Brasil, Argentina, Inglaterra, Alemanha e Holanda eram as escolhas mais comuns, enquanto Itália e França também apareciam como opções realistas. Mas Abedi Pelé, um dos maiores jogadores da história do futebol no Continente Africano, exteriorizou uma opinião contrária: “uma selecção africana vai erguer a taça”.



A realização desse feito, depois da declaração difícil de ser ignorada, estava nas mãos de seis selecções. Com a passagem para os oitavos-de-final, o melhor Jogador Africano do Ano por três ocasiões não tem mais dúvidas de que a missão caberá ao Gana, país que defendeu por 16 anos como futebolista, seguiu apoiando a vida toda e onde tem a sua marca ainda nos dias actuais, representado pelo filho Andre Ayew, titular na ala esquerda.

Já os demais representantes africanos (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Nigéria e a anfitriã África do Sul) sucumbiram todos na primeira fase. E os ganeses por pouco não tiveram de encarar o mesmo destino, já que a classificação no Grupo D veio no saldo de golos, deixando a Austrália para trás. Isso sem falar do golo perdido por Marko Pantelic nos últimos minutos, que apuraria a Sérvia. Mas, depois de navegarem pelas turbulentas águas de um grupo vencido pela formidável Alemanha, os comandados de Milovan Rajevac estão ansiosos e esperançosos para chegar ainda mais longe, mas, para tal, é preciso passar pelo Uruguai, sexta-feira, no “Soccer City”, em Joanesburgo.

E existe motivo para o optimismo ganês, já que o caminho até às meias-finais não é, em teoria, tão difícil quanto poderia ser. Gana joga com os sul-americanos, uma equipa de um nível equiparado. Além disso, o facto de os outros cinco países africanos terem sido eliminados na primeira fase garante às “Estrelas Negras” um salto de 24 milhões de adeptos para aproximadamente um bilião, já que o continente todo estará a seu favor.

Nesses números estão incluídos até mesmo marfinenses e togoleses, com quem eles sempre tiveram uma rivalidade muito grande. Na massa de torcedores estão ainda os egípcios, que bateram Gana na final do CAN Angola-2010, a 31 de Janeiro passado. E, por fim, os ganeses contam também com o apoio dos seus maiores rivais, os nigerianos.




APOIO DE ÁFRICA INTEIRA



É maravilhoso ter o apoio de África inteira”, declarou o médio Sulley Muntari. “O futebol significa muito para os africanos. Ter o Mundial aqui é simplesmente incrível. Seria bom se mais selecções africanas tivessem passado para a segunda fase, mas estamos muito orgulhosos de carregar as esperanças do continente”.

Em boa forma, o atacante Asamoah Gyan reforçou o sentimento do seu companheiro de selecção e jogador do Inter de Milão. “Teria sido melhor se outras selecções africanas tivessem entrado connosco”, admitiu. “Mas elas não se qualificaram e agora cabe a nós carregar as esperanças africanas”.

Com isso em mente, o defesa e capitão John Mensah está ansioso para manter a última esperança africana acesa. “Isto é Mundial, e o primeiro em África”, ponderou. “É difícil descrever como ele é especial para os africanos. Estamos muito, muito felizes por representar o nosso continente. Todos os olhares estão voltados para nós, e estamos prontos para corresponder. Não há limites para onde podemos chegar, e fazer isso por África seria fantástico. O continente todo está connosco, e vamos deixá-lo orgulhoso”.

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