segunda-feira, 20 de outubro de 2008

MOÇAMBOLA 2008 - Fer. de Nampula, 1 – Fer. de Maputo, 2 : Salvado tem razão falta verdade desportiva


Estes jogadores bem quiseram passar a eliminatória
ARNALDO Salvado, treinador principal do Atlético Muçulmano, tinha razão quando há duas jornadas afirmou de viva voz que o Ferroviário de Maputo tinha “a priori” algumas facilidades dos seus homónimos para chegar com alguma facilidade ao título do presente Moçambola e isso viu-se no jogo de ontem, em que a equipa treinada por Mussá Osman chegou e venceu com alguma facilidade os comandados de Nacir Armando.

Aliás, não foi apenas o Ferroviário de Nampula que facilitou a vitória do seu homónimo da capital do país, Arão Júnior, que apitou a partida juntamente com os seus auxiliares, também consubstanciaram para que o resultado final fosse favorável à equipa forasteira.

Ademais não fosse a nossa obrigação de estar presentes num jogo desta natureza, sinceramente que este não podia merecer nenhum comentário do nosso Jornal, pois por aquilo que aconteceu durante os 90 minutos apenas podemos dizer que a partida resumiu-se em três palavras: faltou a verdade desportiva.

Senão vejamos: a equipa do Ferroviário de Nampula, apesar de apresentar o seu principal onze, mostrou, principalmente ao longo da primeira parte, uma autêntica benevolência ao adversário, concretamente no seu sector defensivo, com alguma excepção de Faife, que não entrou no jogo de facilidades dos seus companheiros. Aos quatro minutos Jerry poderia ter aberto o marcador numa situação em que a defensiva contrária fez tudo para que os forasteiros concretizassem os seus intentos.

Entretanto, quem não perdoou aquelas facilidades desprezíveis e de incúria, numa prova de alta competição, foi o jogador Manhiça que, face à comodidade que lhe foi oferecida pelos defensores contrários, apontou o primeiro golo, quando eram decorridos 17 minutos da partida.

Aos 28 minutos Arão Júnior entra em cena no jogo quando nega penalte a favor do Ferroviário de Nampula, apesar de ter sido numa jogada não intencional dos donos da casa, mas sim penalisável com o castigo máximo. Apupos e assobios dos adeptos nampulenses vieram de todos os lados, uma forma de contestação da maneira de actuar da equipa local que, nos últimos anos, tem sido amplamente apoiada por aquilo que tem sido a sua prestação nas principais provas futebolísticas do país, mas que na tarde de ontem defraudou.

Cientes da pressão que lhes era exercida pelo público, os jogadores do Ferroviário de Nampula entraram para a segunda parte já com outra desenvoltura, pressionando o seu adversário, mas sem disfarçar de algo que estava combinado para que os “locomotivas” de Maputo saíssem deste jogo com vitória. Mesmo assim, Leonel, aos 58 minutos, fez o golo da igualdade, numa jogada de insistência, em que o guarda-redes Minguinho, que entrou a substituir Lamá, foi batido com categoria. Este golo nem sequer foi festejado pelos dirigentes do Ferroviário de Nampula, mas o público o fez com júbilo.

Mas como tudo havia sido “combinado” para que o Ferroviário treinado por Mussá Osman não saísse de Nampula com derrota e até empate, que podia complicar as suas aspirações perante a perseguição do Atlético Muçulmano, Arão Júnior inventa uma grande penalidade, aos 73 minutos, que foi convertida por Momed Hagy. Uma autêntica vergonha para o futebol nacional.

Outra grande vergonha de Arão Júnior e seus auxiliares, que passaram a determinada altura do jogo como os principais protagonistas do encontro, foi quando aos 85 minutos anulou o golo certo e de belo feito de Nando que, com mestria, detrás para a frente domina a bola com peito e, entre dois defensores, faz um chapéu a Minguinho. Mas para o espanto da assistência, o árbitro invalidou o golo.

A equipa de arbitragem que dirigiu este jogo não tem outra avaliação da nossa parte, senão de vergonhosa e sem escrúpulos e que o trabalho que realizou somente pode ter agradado aos dirigentes de ambos os Ferroviários.

FICHA TÉCNICA

ÁRBITROS:Arão Júnior, auxiliado por Fernando Massavanhane e Arsénio Marrengula.

FER. DE NAMPULA – Mohamed; Jonas, Faife, Kiki (Leo) e Elídio; Marufo, Serginho, Stélio (Joaquim) e Nando; Elfídio e Leonel (Hélder Cuinica).

FER. DE MAPUTO – Lamá (Minguinho); Butana, Jotamo, Tony e Zabula; Whisky, Tchaka, Momed Hagy e Jerry; Luís (Eliseu) e Manhiça (Nadjuco).

ACÇÃO DISCIPLINAR: cartões amarelos a Elfídio, Leonel e Jonas, do Ferroviário de Nampula, e Lamá, dos “locomotivas” de Maputo.

LUÍS NORBERTO

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