segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Taça Maputo para Maxaquene

NEM de longe, nem de perto pode-se dizer que o desafio entre Maxaquene e Ferroviário, realizado ontem, no campo da primeira equipa, a contar para a final da Taça Maputo, foi uma boa propaganda de futebol.

Maxaquene, em festa, exibe o “canecão”
Os jogadores de ambas as equipas andaram “atarantados”, sobretudo na primeira parte, período em que denotaram uma notável falta de discernimento na construção de uma jogada de ataque com cabeça, tronco e membros. Diga-se de passagem, que a maltratada relva do campo do Maxaquene também não ajudou para que as equipas pudessem brindar os adeptos, que até acorreram em número considerável, com uma partida à altura dum Maxaquene-Ferroviário.

A lei da eficácia foi o que acabou por prevalecer neste clássico com a equipa “tricolor” a demonstrar tais atributos quando à passagem dos cinco minutos da segunda parte (50 minutos), Maló galgou terreno na direita, e centrou para Macamito, que livre de marcação, cabeceou para o fundo da baliza defendida por Rodriguez, uma preciosa vantagem (1-0), que não mais se alterou, facto que permitiu ao Maxaquene festejar a conquista da Taça Maputo.

A vitória dos comandados de Zainadine Mulungo, acabou por ser muito sofrida, e até algo injusta, avaliando por aquilo que foram as oportunidades criadas ao longo dos noventa minutos. Mussá Osman não fez alinhar uma equipa de “segunda” como era de esperar, se se atender que tem compromissos muito mais sérios no Moçambola, prova em que segue isolado na liderança. Momed Hagy, Whisky, Jerry, Tony e Maurício, alguns dos habituais titulares não foram poupados, facto que deixou evidente que a turma “locomotiva” vinha à busca do “canecão”.

Reflexo disso mesmo, foi a sua entrada fulgurante. Ainda não estavam jogados dez minutos e Jerry já tinha feito estremecer a trave. Era um alerta para a defesa “tricolor”, que minutos depois foi outra vez posta à prova quando Butana bem enquadrado com a baliza rematou para uma boa intervenção de Nelinho, uma das melhores unidades em campo. Foram duas oportunidades em que o Ferroviário poderia ter chegado à vantagem, no entanto, faltava maior frieza na hora de atirar a “matar”. Estes lances foram, aliás, a nota dominante de uma primeira parte “acinzentada”, em que os “tricolores” não conseguiram chegar com perigo à área adversária.

Contudo, contra todas as expectativas, o Maxaquene começou a segunda parte a vencer. Fazendo valer aquele velho ditado “quem não marca sofre”. O golo do “capitão” Macamito foi um autêntico balde de água fria para os “locomotivas”, já que eram a melhor equipa em campo. O certo, porém, é que o golo, trouxe brilho ao jogo, visto que o Ferroviário passou a jogar claramente ao ataque abrindo, por via disso, espaços para o Maxaquene contra-atacar e numa dessas jogadas Eusébio podia ter dilatado o “score” mas permitiu a intervenção de Rodriguez.

Mas a anteceder a este lance, Maurício, por duas vezes, obrigou Nelinho a duas excelentes defesas. Nelinho foi um gigante entre os postes, já que à passagem dos 70 minutos voltou a parar um portentoso remate de Whisky.

O Ferroviário tudo fazia para chegar à igualdade, mas estava escrito que o Maxaquene estava em dia de sorte, visto que por mais duas vezes, Jerry e Jair, já nos derradeiros minutos, erraram o alvo por muito pouco.

Anaide Ussene, árbitro do encontro, realizou um bom trabalho.

FICHA TÉCNICA: Anaide Ussene, auxiliado por Joaquim Sambo e Baltazar Macamo.

Quarto árbitro: Justino Zandamela.

MAXAQUENE: Nelinho; Maló, Fredy (Marito), Mucuapene e Tony; King, Eusébio, Liberth e Macamito; Amílcar e Eurico.

FERROVIÁRIO: Rodriguez; Tony, Moka (Jair), Jotamo e Zabula; Butana (Paíto), Whisky, Momed e Maurício (Chana); Jerry e Luís.

DISCIPLINA; Cartão amarelo para Macamito (Maxaquene).

IVO TAVARES

Sem comentários: