quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O pior pugilista do mundo vai pendurar as luvas

NA sexta-feira (amanhã), Peter Buckley vai deixar de levar pancada. O “perdedor mais espectacular do desporto britânico”, o pior pugilista do mundo, fará o seu 300º e último combate. Será a sua 257ª derrota?

Peter Buckley no tapete
Aos 39 anos, Buckley tem uma longa carreira de derrotas. Não foi sempre assim, em tempos era um promissor peso-pluma e chegou a ganhar um título regional em Inglaterra. Mas depois descobriu uma carreira mais lucrativa, como uma espécie de saco de pancada humano de pugilistas mais cotados.

Defrontou 42 futuros campeões do mundo, da Europa ou do Reino Unido, conta o jornal “Times”. Com o tempo, foi perdendo reflexos e “rounds”. Foram 256 derrotas ao todo, mais um recorde recente: nos últimos cinco anos perdeu 88 combates consecutivos.

Já houve quem tentasse pará-lo. Seguindo uma corrente defendida nos Estados Unidos, a qual defende que um pugilista que perca dez combates seguidos deve perder a sua licença, o Comité Britânico de Controlo do Boxe fez-lhe recorrentemente exames médicos, mas Buckley passou sempre.

E se um pugilista está medicamente apto, não se pode impedi-lo de competir. Nem que ele apareça com um olho negro mesmo antes do combate seguinte, como já aconteceu a Buckley.

O pugilista explica que parte da questão é a sua incapacidade em dizer que não. Basta convidarem-no, mesmo que seja para um combate no próprio dia, e ele vai. “Estou sempre no ginásio, e se me chamarem com duas horas de antecedência, digo que sim”, conta.

Também nega que a sua “opção” de vida tenha tido a ver com dinheiro. Foi mais uma questão de sobrevivência, diz: “O boxe deu-me boas férias, uma casa, um carro. A minha mulher e a minha filha vivem bem. Mas não lutei por dinheiro. O boxe evitou que fosse para a prisão.

O meu irmão Johnny, que morreu, entrava e saía constantemente da prisão. Dois sobrinhos meus cumprem pena. Muitos dos meus amigos de infância também estão presos. O boxe serviu-me para respeitar os outros e a mim mesmo”.

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