quinta-feira, 16 de outubro de 2008

MOÇAMBOLA-2008 - Maxaquene, 0 - Desportivo, 3: “Águia” astuta e arrasadora!

SEM dúvidas, o Desportivo foi demolidor, apesar de no início ter demonstrado muitas fragilidades, sobretudo no seu sector ofensivo, com Sonito e Binó a não atinarem com a baliza.

Sonito tenta evitar Kito II (S. Costa)
Porém, foram a tempo de se redimir na etapa complementar, apontando um tento cada e alargando, desta feita, a vantagem de uma bola, com que a equipa foi ao intervalo, para 3-0.


O Maxaquene não cedeu de princípio. Deixou a impressão de que o jogo seria partilhado, daí que as oportunidades foram alternadas no decurso da primeira parte. Quem praticou o futebol mais delineado e denotou maior eficiência na movimentação das suas pedras foi inicialmente o Maxaquene, mas perdia a batalha no ataque face à falta de mestria dos seus atacantes.

Por sua vez, o Desportivo foi mais prático e clarividente, aproveitando com maior rigor as oportunidades que lhe apareciam. Acabou, desta feita, sendo os “alvi-negros” a ameaçarem a baliza adversária, num lance em que o ala Kito I fez mau passe no meio campo, ofertando o esférico para o “capitão” Nelinho que, rapidamente, o projectou para o artilheiro Sonito, mas este foi estorvado por Kito II.

A reacção “tricolor” não tardou. Eurico desmarcou-se da defensiva, mas o guarda-redes Jaime foi inteligente na saída e embargou a acção do atacante para posterior alívio da defensiva já na dobra.

Jogando com três centrais e tendo Nelinho, Mexer e Tchitcho no centro do terreno, apoiados à direita por Micas e à esquerda, por Muandro, mais Sonito e Binó no ataque, o Desportivo teve o melhor sistema de jogo que conferiu maior eficiência aos três sectores.

Esta estratégia proporcionou maior consistência ao seu meio-campo o que permitiu que ganhasse batalha no miolo e, desse modo, alimentasse o ataque com maior frequência. Mas o Maxaquene conseguiu igualmente arrancar algumas jogadas perfeitas, isto muito pelo corredor direito, donde o defensor Campira fez excelentes subidas que possibilitaram alguns flanqueamentos transportando perigo para a baliza de Jaime.

Mas o lance mais clarividente a surgir primeiro foi do Maxaquene, naquilo que foi a combinação mais perfeita entre Eurico e Stiven à entrada da grande área, tendo este último atirado pouco ao lado, aos 19 minutos. Os “alvi-negros” ripostaram numa iniciativa do médio-ofensivo Tchitcho, mas Sonito novamente não teve mestria e foi desarmado na zona de rigor, aos 26 minutos.

Com estes desequilíbrios jogo foi rolando e as oportunidades foram alternando para cada lado, mas o Maxaquene voltou a pecar em grande, quando Eurico, em antecipação ao “central” Emídio, penetrou na área, mas não conseguiu evitar Jaime, chutando para a figura deste.

A doença parece que era comum em ambas as partes pois, a seguir deste lance, Sonito, ganha disputa do esférico com o “keeper” Nelinho e cruza para a cabeça de Binó, que desvia ao lado da baliza escancarada. Mas quem acabou sendo bafejado pela sorte foi o Desportivo, num lance em que o médio Michael divide a bola com Micas, na tentativa de alívio do perigo na área “tricolor”. António Massango considerou carga sobre Micas e assinalou penalte muito duvidoso.

Chamado a cobrar, Mexer fê-lo com êxito, aos 45 minutos. Esta vantagem teria sido dilatada ainda na primeira parte, durante o prolongamento. Uma falha incrível de Sonito, na boca da baliza, relegou o jovem ponta-de-lança ao descrédito. Micas, do lado direito do ataque, fez tudo para Sonito finalizar, mas este não viu a baliza muito próxima de si.

Esperava-se uma reacção positiva dos “tricolores”, na derradeira etapa, mas as esperanças de superar a desvantagem foram água abaixo, pois Sonito redimiu-se logo no terceiro minuto, batendo categoricamente Nelinho.

Este tento desesperou os “tricolores” e só devido às falhas grossas que o Desportivo não conseguiu o resultado mais volumoso. O “central” Josué também desperdiçou a chance de marcar, com a baliza de Nelinho novamente escancarada.

De seguida foi o jovem “caloiro” Isac, que entrou a substituir Sonito, a chutar para a base do poste, na sequência do livre a castigar o derrube de Mayunda por Stiven, acção que valeu à expulsão do atacante “tricolor”, aos 34 minutos.

Reduzido a 10 unidades, o Maxaquene perdeu totalmente a batalha e num lance rápido, Binó fugiu à marcação defensiva, evitando de seguida Nelinho e fazer 3-0.

A equipa de arbitragem teve uma boa actuação, à excepção do penalte que para nós foi forçado.

FICHA TÉCNICA

ÁRBITRO: António Massango, coadjuvado por João Paulo e Daniel Filipe. O quarto árbitro foi Amosse Lázaro.

MAXAQUENE – Nelinho; Campira, Narcísio, Kito II e Fred (Liberty); Kito I (Nelsinho), Jumisse, Macamito e Michael; Eurico (Amílcar) e Stiven.

DESPORTIVO – Jaime; Josué, Zainadine Júnior e Emídio; Micas, Nelinho, Mexer, Tchitcho (Mayunda) e Muandro (Nelson); Sonito (Isac) e Binó.

DISCIPLINA: cartolinas amarelas para Michael e Eurico, do Maxaquene; mais Sonito, do Desportivo. Vermelho para Stiven, por jogo perigoso.

SALVADOR NHANTUMBO

Sem comentários: