O Governo e a maior parte dos agentes desportivos defendem a necessidade de os clubes evoluírem para a criação de sociedades anónimas desportivas (SAD), mas há quem opte pela profissionalização da gestão actual dos clubes.
surpresa, dúvida, indiferença e alegria caracterizam a reacção dos clubes relativamente à necessidade de os mesmos evoluírem para sociedades anónimas desportivas (SAD). Algumas províncias e/ou colectividades já esboçaram os seus planos, tendo em vista a criação das SAD, e já se reuniram com os seus parceiros, sócios, entusiastas e adeptos para dar a conhecer o conteúdo dos respectivos projectos, nos quais se destaca a construção de infra-estruturas e realização de “hasta pública”. Porém, o “saco-azul”, para tornar o sonho realidade é que ainda não foi orçado nem descortinado.
O projecto do Governo, apresentado a diversas colectividades por via das direcções provinciais, tem como objectivo principal capitalizar os moçambicanos no sentido de evoluírem para uma gestão contemporânea, mas sem descurar do papel do associativismo.
A construção de SAD credíveis é o pressuposto básico para o sucesso do projecto, atendendo que, neste momento, os clubes moçambicanos não possuem infra-estruturas nem imagem para atrair parceiros exigentes, caso daqueles que têm “arcaboiço” financeiro e que gostam de estar associados a emblemas desportivos.
Com efeito, as direcções dos clubes vão propor aos sócios, por meio de assembleias-gerais, a ideia da transformação em SAD, de modo a corresponderem às exigências do mundo desportivo contemporâneo.
Ao longo da nossa pesquisa, diversos agentes desportivos contactados iam acolhendo a ideia, sobretudo por considerarem que as SAD exigem uma gestão mais profissionalizada, sendo isto que tem faltado aos clubes, dado que os actuais gestores de alguns clubes não têm tempo para passar do clube e não acompanham o seu dia-a-dia. Aliás, são esses gestores que fazem com que se duvide dos resultados quanto à evolução dos clubes para as SAD.
Capitalizar infra-estruturas
As acções e actividades que estão a ser desenhadas por diversos clubes, com conhecimento do Governo, serão submetidas à apreciação no encontro alargado a todos os agentes desportivos. Posteriormente, será criada uma equipa técnica multidisciplinar para harmonizar o projecto-modelo.
Crescêncio José
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