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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Mambas continuam sem treinadores-adjuntos!
Braço-de-ferro entre FMF e MJD poderá afectar a prestação da selecção nacional.
Fonte da Federação Moçambicana de Futebol disse ao “O País” que tudo não passava de uma manobra para viabilizar a contratação de Mart Nooij, como seleccionador nacional
A 12 dias do encontro com a sua similar da Líbia, inserido na primeira jornada do grupo III das eliminatórias para o CAN-2012, certame a decorrer no Gabão e Guiné-Equatorial, os Mambas continuam sem treinadores-adjuntos! É que, semana antepassada, o Ministério da Juventude e Desportos (MJD), contra todas as expectativas, comunicou à Federação Moçambicana de Futebol (FMF) que não dispunha de fundos para pagar os salários dos adjuntos de Mart Nooij.
Esta situação encontrou, certamente, de surpresa os dirigentes da Federação Moçambicana de Futebol, pois o Ministério da Juventude e Desportos assumira, aquando do anúncio da contratação do técnico holandês, que iria criar condições para o pagamento das remunerações dos seleccionadores nacionais adjuntos.
Uma fonte da Federação Moçambicana de Futebol disse ao “O País” que tudo não passava de uma manobra para viabilizar a contratação de Mart Nooij como seleccionador nacional. “O ministro da Juventude e Desportos, Pedrito Caetano, tinha dito em público que iria arranjar dinheiro para os adjuntos, mas agora diz que não tem dinheiro, que a FMF se arranje. Essa foi a resposta deles”, disse a fonte da FMF abordada pelo “O País”.
O “O País” sabe que Mano-Mano e João Chissano, propostos para adjuntos por Mart Nooij e pela FMF, respectivamente, segundo ficou acordado, iriam auferir 7.500,00 USD, enquanto ao “team manager”, Tico-Tico, caberia a quantia 4.500,00 USD líquidos. No entanto, perante o posicionamento do Ministério da Juventude e Desportos, a FMF avançou com uma proposta de redução dos valores propostos para 4.000,00 USD para cada adjunto.
“O MJD diz que não tem 4.000,00 USD para cada um. Mas a HCB dá 25.000,00 USD para o seleccionador nacional e, tirando o salário do Mart, sobram 4.000,00 USD. Podemos usar esse dinheiro, mas só dá para um adjunto”, indicou.
A FMF aventa, igualmente, a possibilidade de se contratar um seleccionador adjunto que será pago pelo remanescente do contrato de Mart, enquanto não encontrar financiador para o outro adjunto. “É uma situação muito estranha. Como pagaram a ida de Tico-Tico à Holanda? Para servir a quem? Mas a questão agora é esta: se optarmos por um dos adjuntos, tendo em conta o valor que existe, qual dos dois será? Como escolher um deles? Se calhar o ideal seja deixar o treinador decidir”.
“Caso Tico-Tico”
Ao que se sabe, Tico-Tico foi à Holanda com promessas de Mart Nooij segundo as quais, ao regresso, teria uma vaga na estrutura da selecção nacional. Essa foi a razão pela qual o holandês tratou tudo para o seu ex-pupilo se deslocar-se à Holanda. A FMF diz não ter sido informada nem envolvida na deslocação do ex-capitão dos Mambas àquele país. Segundo uma fonte da FMF, quando chegou a hora de viajar, Tico-Tico teria solicitado passagem aérea e dinheiro de bolso à FMF. Esta disse que não tinha conhecimento desse assunto. Mesmo assim, “ele (Tico-Tico) foi e não se sabia quem lhe pagara a passagem”. Dias depois, a FMF descobriu que a deslocação de Tico-Tico à Holanda foi custeada pelo MJD, sem nunca ter comunicado à FMF.
“Então, ele deixou o Desportivo para um curso na Holanda e nem sabe se terá contrato com a FMF ou não”, comentou a fonte, deixando claro que, quando regressar, nunca será enquadrado como adjunto de Mart – se é que a promessa foi essa –, uma vez que o curso de um mês não lhe dá a equivalência do nível III. “Aí seria brincar com outros treinadores cujos cursos são dados pela mesma federação holandesa”.
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