A ÚLTIMA meia hora do jogo entre o Atlético Muçulmano e o Ferroviário foi jogada a um ritmo acelerado. Foi um período bem disputado em que os nervos estiveram à flor da pele. Aliás, a história deste jogo resume-se nesse período.
É que o golo dos “muçulmanos” apontado por Avelino, quando estavam transcorridos 58 minutos, um, grande golo, diga-se de passagem, veio espevitar os “locomotivas” que até essa altura não tinham chegado à baliza a guarda de Anivaldo com perigo.
Mas, mais do que isso, o golo da equipa da casa trouxe dinâmica ao jogo, um cenário bem diferente do que se assistiu em toda a primeira parte e no primeiro quarto de hora da segunda. Para o bem do futebol, e sobretudo dos adeptos que percorreram quilómetros ao distrito de Boane, mais concretamente ao Olimpáfrica, a partida ganhou competitividade, emoção, com os comandados de Chiquinho Conde a tentarem evitar o terceiro “desaire” consecutivo, enquanto os de Garrincha faziam das tripas o coração para conquistarem os três pontos. Era um desafio de parada e resposta.
Ao contrário do que se passou na primeira parte em que as duas equipas andaram apegadas a meio-campo sem conseguirem delinear uma jogada de ataque digna de ser registada, nesse período abriu-se um fosso a meio-campo, as linhas de passe ficaram mais visíveis e a bola rondou mais as duas balizas.
Sonito, que foi lançado para o lugar de Butana, uma das armas de Chiquinho para obter o empate, foi o primeiro a responder de cabeça ao golo de Avelino após um cruzamento de Michael.
O remate do avançado “locomotiva” saiu um pouco ao lado do poste. Estava visto que os cruzamentos seriam a fórmula para o Ferroviário chegar ao golo, visto que teimava em não conseguir adaptar-se ao mau piso do Olimpáfrica. E foi na sequência de um pontapé de canto apontado por Michael que a equipa “verde-e-branca” chegou, à passagem dos 82 minutos, ao golo de empate por intermédio de Jerry. Nos últimos oito minutos ainda se assistiu a duas oportunidades de golo para ambos os lados. Primeiro por Avelino de livre e depois um clamoroso falhanço de Sonito já sob o período de compensação.
O árbitro, Filimão Filipe, realizou um bom trabalho.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Filimão Filipe, auxiliado por Francisco Michael e Orlando Januário. Quarto árbitro: Sérgio Faife
ATLÉTICO: Anivaldo; Tony, Hilário, Chico e Nelito; Ivan (Henriques), Mouka, Chees e Moniz (Gito); Patrício (Avelino) e Délcio.
FER.MAPUTO: Mohamad; Zabula, Tony, Jotamo e Michael; Whisky (Itálo), Butana (Sonito), Mendes (Imo) e Danito Parruque); Luís e Jerry.
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Sonito (Fer. Maputo)
Golos: Avelino (58 min) e Jerry (82)
Ivo Tavares
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